terça-feira, 29 de julho de 2008

desejo

Algo se perdeu dentro de mim e na procura dessa incógnita achei outra coisa: o desejo.
Nunca me ative a esse sentimento ele sempre ficou escondido dentro de mim assumindo uma forma imperceptível. Achava tudo tão impuro e pecaminoso que com tanta repressão ele sumiu. Na verdade ficou em estado latente esperando o momento certo para aparecer. Talvez para mim nunca houvera um momento certo, talvez nunca haveria, era preciso que ele se camuflasse, como os camaleões que mudam de cor, e passasse imperceptível pelo meu racionalismo.
Era preciso eu me soltar das amarras do que eu era, do que na verdade eu nunca fui e talvez nunca venha a ser. Foi preciso eu me perder para me permitir desejar.
A busca por mim mesma e o susto de me encontrar algumas vezes dentro de mim fez com que os meus desejos pelo mundo aumentassem.
A oportunidade de aproveitar essa chance trouxe a tona, talvez, mais de mim mesma. Após a euforia de saber que havia em mim um desejo isso me gerou uma angústia como que a despertá-lo cada vez mais. Como lidar com ele?
O desânimo me vem agora como uma onda arrebatadora inesperada. Essa espera fez com que o impulso desse desejo pudesse despertar.
Queria ser desejada. Não o desejo infame e nem mesmo o sórdido mas sim o desejo amoroso e carinhoso de um casal que se ama. Queria despertar esse desejo e não de apenas saber que por algum acaso ele foi despertado.
Vejo agora que se eu não tomar nenhuma atitude ninguém a tomará por mim só espero que haja uma atitude.
Agora gostaria que esse desejo sumisse, assim como apareceu, de súbito, que fosse embora, se escondesse novamente mas não dá, já não posso fingir que ele não existe.
Espero um dia entender o que foi esse desejo realmente, se era apenas a ilusão de ter me encontrado ou apenas o desejo de... já que, esse desejo agora se apossa de mim de forma tão viril e penetrante.
Agora sei que ele é fato e como todo o desejo se renova.
Finalmente uma atitude, talvez não a melhor mas fez com que eu me sentisse ao menos viva, me fez crer que talvez eu poderia dominar esses meus desejos. È engraçado como eu venho me apossando deles é como se eles me pertencessem e como se eu os conhecesse realmente.

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